quarta-feira, 16 de maio de 2012

MEDITAÇÃO DO LIVRO GRATIA PLENA: 5º dia



5º DIA: DESPOSADA

Ao DIZER que eras Virgem, o Evangelho acrescenta que estavas desposada a um homem chamado José. Por que desposada, se tinhas decidido permanecer Virgem? É que a Providência te guiava, conhecer seus planos: queria não só que fôsses mãe virginal do Salvador, mas também que o menino Jesus tivesse um pai, aos olhos dos homens. Deus queria que o menino fôsse educado não somente pela mãe, mas num lar. Por isso, embora inspirando-te a firme resolução de permanecer Virgem, durante tôda a vida, Deus te conduzira ao desponsório com José.
A Providência tinha ainda um outro intento com este desponsório. Depois de te estabelecer como modêlo das virgens, queria que fôsses também modêlo das mulheres vinculadas pelo matrimônio.
Devias representar em tua vida o ideal do desponsório e o da vida conjugal. A Providência reuniu em ti tôdas as qualidades e tôdas as vocações da mulher.
Certamente, teu matrimônio é excepcional, já que se conciliou com a virgindade. Poder-se-ia pensar que, como Virgem, não deverias servir de modêlo às pessoas casadas. Deus, porém, dispôs de outro modo: justamente porque eras Virgem, colocou-te diante de tôdas as cristãs como a noiva perfeita e a perfeita espôsa. O ideal que se realizou em ti é inacessível, mas exerce uma certa influência: mostra que no noivado e no matrimônio há uma pureza que deve permanecer intacta. És, para sempre, Maria, o símbolo da pureza no vínculo conjugal. Graças a ti, essa exigência de pureza foi colocada em seu nível mais elevado.
Porque fôste noiva, o desponsório cristão adquiriu uma beleza mais transparente. Teu encontro com José foi o de duas almas que procuravam a Deus e, acima de tudo, a vontade divina. À tua semelhança, José só desejava uma coisa: agradar ao Senhor. Quando te encontrou, sentiu essa consonância fundamental. Pressentiu em ti uma alma voltada para o ideal, totalmente unida a Deus. Foi isso que o aproximou de ti. Não há mais sólido fundamento para o amor conjugal do que o comum amor de Deus.
Sentindo-te tão perto de Deus, José desejou percorrer contigo o caminho da vida. Cada vez que te encontrava, ele também se aproximava mais do Senhor. O contato com tua alma perfeita o tornava melhor e mais puro. Não podia estar a teu lado, sem receber algo de tua admirável santidade. Perto de ti, seus bons desejos se fortaleciam; suas aspirações só podiam elevar-se. Partilhavas com ele sua nobreza de alma.
Quanto mais José aprendeu a te conhecer, tanto mais ficou prêso de admiração por ti. Não deixou de te demonstrar sagrado respeito, o qual engrandecia o amor que sentia por ti. O período de teu desponsório foi pleno de poesia simples e profunda, do qual ficou uma lembrança imaculada, pois José evitou completamente qualquer desejo vil ou baixo que pudesse manchá-lo. Ele amava demasiadamente para querer rebaixar aquela a quem amava. E o Senhor, vosso amor comum, mantinha a ambos nos limites de um irrepreensível amor mútuo.
Eis porque, Maria, nós te confiamos a vigilância dos noivados cristãos. Ajuda os noivos a edificarem seu amor sôbre o amor de Deus; estimula a nobreza de suas aspirações, e impede que pensamentos vis ou carnais, venham a manchar sua afeição. Encoraja-os a um profundo respeito mútuo. Não seja perturbada por paixões impuras a poesia de seu amor. Faze que se tomem melhores pelo encontro de um com outro, e, que o noivado, abrindo seus corações, eleve suas almas. Possam assim preparar um matrimônio merecedor das bênçãos divinas!
Queremos confiar-te não somente os noivados, mas também os matrimônios cristãos, pois o lar que formaste com José foi um lar modêlo. Porque Deus ali reinava como soberano, o amor também reinava com uma felicidade muito íntima. Na vida conjugal, não deixaste lugar algum para o egoísmo. Como José, só tinhas uma atitude: dar-te, devotar-te, procurar não a própria alegria mas a do outro. Cada um sabia impor-se renúncias a favor do outro. Por isso não houve queixas, nem cenas desagradáveis, nem discussões. A harmonia nunca foi quebrada, mas, ao contrário, reafirmou-se sempre mais.
Possam os esposos ter diante dos olhos êsse espetáculo de teu matrimônio em Nazaré! Sabes como, às vêzes, é difícil para êles manter a harmonia. Durante a vida, notaste a teu redor muitos lares infelizes; e, no mundo de hoje, o número dêsses lares não diminuiu. Vem socorrer a fraqueza humana; educa os esposos cristãos, ensina-lhes a se amarem sincera e fielmente e a fazerem sacrifícios para salvaguardar sua união.
Lembra-lhes que seu primeiro dever é colocar a Deus em seu lar, se quiserem que ali reine o amor e a felicidade. Em Deus é que se consuma a união dos esposos; aquêles que se afastam de Deus e negligenciam cumprir a vontade divina, logo põem em perigo sua felicidade conjugal. Mostra-lhos que quanto mais o Senhor fôr o soberano num lar, tanto mais ali existirá paz e alegria.
Conheces também as dificuldades que os esposos cristãos devem vencer para observar as leis do matrimônio. Sustenta sua castidade; preserva sua fidelidade, protegendo-os contra as tentações, fazendo-lhes manter seus compromissos; dissipa a ilusão de procurarem a felicidade fora do lar. Dá-lhes a coragem de cumprir tôdas as obrigações, não recusando os filhos com que Deus deseja enriquecer sua família. Faze que. o matrimônio não seja busca do prazer, mas sim do amor e do dom de si.
Permanece também com êles no momento em que vierem as provações sacudir a união dos lares. Já como desposada, conheceste momentos penosos no amor que te unia a José. Este, que não fora informado da mensagem da Anunciação e ignorava que o menino que trazias no sei vinha do Espírito Santo, pensara em romper o noivado. Como não podias revelar o segredo confiado por Deus, sofreste em silêncio: foi uma provação tanto de José como tua. Teu desponsório foi, pois, marcado por uma crise dolorosa; mas essa crise acabou por te unir ainda mais a José, e o Senhor, que permitira esse sofrimento, fê-la terminar na alegria, pelo aviso sobrenaturalmente dado a José de te aceitar como esposa.
Mais tarde, suportaste com José, todas as provações da vida: com ele recebeste de Simeão o primeiro anúncio do sacrifício do Calvário; com ele, procuraste Jesus, cheia de angústia, quando este tinha doze anos. O Evangelho nada diz dos outros sofrimentos de teu lar, mas certamente foram numerosos.
Induz nossos lares cristãos a suportarem as provações com a mesma coragem e com a mesma coragem e com a certeza de que a dor torna mais forte o amor.
Ó Virgem noiva, ó Virgem esposa, torna mais puro, mais nobre, mais corajoso, o amor dos noivados e matrimônios cristãos!

Intenções para a recitação do terço:

Virgem, noiva de alma tão pura,
- ajuda os esposos cristãos a edificar seu amor conjugal sobre o amor do Senhor;
- conserva nos lares cristãos a pureza e o ideal do amor;
- digna-te sustentar a mútua fidelidade dos esposos e também sua harmonia;
- fortalece nos esposos cristãos a vontade de cumprir todas as obrigações do matrimônio;
- nas dificuldades e provações, faze crescer o amor dos esposos!

Invocação: Nossa Senhora, que foste santa no matrimonio, faze desabrochar nos matrimônios cristãos um amor santo e puro!

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